As recentes situações de
denúnica e de dificuldades ao nível nacional na operacionalização do processo
de recenseamento eleitoral levaram o Grupo das Organizações da Sociedade Civil
para as Eleições (GOSCE, que a Casa dos Direitos integra) a reunir em Bissau, nos dias 20 e 23 de Dezembro para
analisar os principais obstáculos ao recenseamento e divulgar um
comunicado.
De acordo com o GOSCE, o processo
de recenseamento eleitoral tem sido dificultado por inúmeros factore, nomeadamente:
_ a ausência de
informação sobre a localização das brigadas de recenseamento, que provoca
desmobilização e desmotivação nos eleitores/as;
_ a falta de capacidade
técnica e de profissionalismoda parte dos recursos humanos(brigadas de
recenseamento) destacados para esta actividade, resultante de um processo de
recrutamento pouco transparente;
_ a falta de kits
de recenseamento.
Estes e outros factores contribuíram
para que, volvidos os 21 dias iniciais decretados, se registasse um resultado
muito aquém dos potenciais eleitores projectados, ou seja, 150 mil dos 800 mil,
o que corresponde a pouco mais de 19%.
Este número de
recenseados evidencia a falta de coordenação da acção do Governo, através do
Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GETAPE) e uma ineficaz supervisão
da Comissão Nacional das Eleições (CNE) que se demitiu das suas
responsabilidades, na fase de recrutamento dos agentes para as brigadas
eleitorais.
Como forma de evitar um
novo adiamento ao retorno constitucionale garantir que todos os guineenses com
capacidade eleitoral sejam abrangidos pelo recenseamento, o GOSCE:
_ recomenda ao GETAPE que
solicite ao INEC – Instituto Nacional de Estatística e ao Censo, os inquiridores
que participaram na realização do recenseamento nacional para reforçar os
recursos humanos no terreno, na medida em que são mais experientes no processo;
_ recomenda ao GETAPE que
apele à alteração do modelo de mobilidade das brigadas de recenseamento para a
concentração de kits por região até a
conclusão dos registos e só depois deslocarem-se para a região seguinte;
_ recomenda ao GETAPE que
aumente a distribuição dos novos kits
de recenseamento, para que seja proporcional às regiões com maior taxa de
população com capacidade eleitoral;
_ recomenda ao GETAPE que
melhore os seus mecanismos de informação, sensibilização e comunicação em
articulação com a Rede Nacional das Rádios Comunitárias disponíveis para apoiar
todo o processo eleitoral;
_ exige à CNE, enquanto principal
entidade fiscalizadora, que assuma uma posição mais proactiva e responsável do
que reactiva e passiva, no sentido de evitar a descredibilização do processo em
curso e eventuais situações de contestação;
_ exorta os partidos
políticos e potenciais candidatos às presidenciais, a implicarem-se de forma
activa no processo, no sentido de destacarem os seus representantes como
fiscais para as brigadas de recenseamento, como a lei prevê;
_ apela a todos os
guineenses com capacidadeeleitoral a
fazerem uso do direito e dever que lhes assiste em recensear-se, podendo deste
modo estar aptos para participaremde forma plena em todo o processo eleitoral.
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