A candidatura do presidente e fundador da AGRICE (Associação Guineense para a Reintegração dos Cegos) ao “Prémio Nobel de crianças pelos Direitos da Criança” foi proposta pela AMIC (Associação dos Amigos da Criança), organização que assistiu e acompanhou todo o processo da mesma até o seu coroamento com a premiação na Suécia em 2017.
Aos 3 anos de idade, o Sr. Manuel teve problemas e ficou cego. Foi para Portugal e recebeu tratamentos, mas nada resultou. Voltou novamente para Guiné-Bissau. Passado algum tempo, foi para Guinée-Conakry, tentando novamente obter cura, mas não conseguiu. Finalmente voltou para Bissau e iniciou atividade comercial, comprando e vendendo mercadorias em Buba, Região de Quinara, enquanto fazia paralelamente corte e venda de cibes até que construiu sua própria casa no Bairro de Cuntum Madina em Bissau.
O ativista, decidiu transformar a sua casa em lar de acolhimento e assistência às crianças portadoras de deficiências na Guiné-Bissau. As crianças deficientes, as mais desfavorecidas e vulneráveis da Guiné-Bissau e do mundo. Manuel e sua organização, a AGRICE, acolhem crianças cegas e proporcionam-lhes uma vida digna. Elas recebem assistência médica, comida, um lar, possibilidade de ir à escola, segurança e amor.
Manuel fala sobre os direitos das crianças deficientes à políticos e organizações, mas especialmente para pessoas em aldeias rurais. De outra forma, os aldeões não obteriam tais informações. Graças ao trabalho de Manuel, crianças e adultos sabem que crianças cegas e outras deficiências têm os mesmos direitos que todas as outras. A luta de Manuel salvou essas crianças de maus-tratos, abandono ou mesmo da morte.
Viveram 250 crianças cegas no centro de Manuel e frequentaram a sua escola (Bengala Branca) adaptada para deficientes visuais, cujo objetivo assegurar escolarização e treino visual específico que permitam as crianças voltarem para a casa das suas famílias nas aldeias mais independentes. A maioria dessas famílias é pobre, e as crianças recebem apoio da AGRICE ao voltar para casa, a fim de poder continuar sua educação e obter uma boa vida em suas aldeias.
O Sr. Manuel e sua organização AGRICE fazem missões de resgate nas aldeias, procuram por crianças cegas e crianças com outras deficiências, que muitas vezes passam dificuldades.
Informam aos aldeões, durante as missões de resgate, que crianças com deficiência têm os mesmos direitos que todas as outras crianças. Também ensinam como se proteger contra as doenças oculares mais comuns e distribui medicamentos gratuitos.
Oferecem às crianças deficientes visuais proteção, um lar, comida, roupa e segurança no centro. Ali, cada criança também é treinada para vestir-se, lavar-se, limpar a casa, lavar os pratos, lavar roupa, cozinhar alimentos simples e outras coisas, para ser capaz de cuidar de si mesma no futuro e ajudar sua família ao voltar para casa. Fornecem às crianças assistência médica e cirurgia ocular, quando é possível operam.
Este Bissau-Guineense tornou-se no primeiro cidadão da África Ocidental que conseguiu ganhar o referido Prémio, que também conta no seu leque limitado de laureados, o saudoso Nelson Mandela.
Este Bissau-Guineense tornou-se no primeiro cidadão da África Ocidental que conseguiu ganhar o referido Prémio, que também conta no seu leque limitado de laureados, o saudoso Nelson Mandela.
“Este prémio demostra o valor que a Guiné-Bissau tem no mundo e que infelizmente alguns não reconhecem, porque perderam a dignidade. Quando recebi o prémio fiquei muito emocionado, porque na verdade não esperei que o trabalho que fazemos aqui na Guiné-Bissau chagasse àquele nível, ou seja, que ultrapassasse as nossas fronteiras. Estou contente de estar entre os finalistas e, sobretudo por ter ganho o Prémio Nobel das Crianças”, contou o ativista com uma voz trémula de emoção, numa entrevista conjunta ao semanário ‘O Democrata’ e à Rádio Jovem.
Assegurou ainda que o seu trabalho permitiu-lhe entrar no Castelo do reino da Suécia construído no século XV. Reconheceu ainda que milhares das crianças no mundo conhecem os seus direitos, porque se fosse diferente, não votariam nele.
A luta do ativista mereceu uma apreciação e homenagem de outras entidades ao nível nacional, nomeadamente a Associação de Amigos das Crianças da Criança (AMIC), a Coligação das Organizações de Defesa dos Direitos da Criança na Guiné-Bissau (CODEDIC-GB), a Casa dos Direitos, a Federação das Organizações de Defesa das Pessoas Deficientes da Guiné-Bissau e ao nível internacional, por várias organizações que lutam pelos direitos da criança.
AMIC é a entidade que promoveu a candidatura do ativista para o concurso ‘Herói dos Direitos da Criança’, que decorreu de Abril de 2016 a Abril de 2017. Para o prémio concorreram mais de 300 ativistas de diferentes partes do mundo.
Na altura da sua morte no dia 25 de Maio de 2020, coincidência com o dia da África, este grande humanista pan-africana era/é candidato ao prémio “Herói dos Direitos da Criança da década 2010-2020” cuja fase final prevista para o mês de Maio, ficou adiada, sine die, por causa da pandemia da Covid-19.
A AMIC, a Casa dos Direitos e muitas organizações em prol dos Direitos humanos e das crianças ao nível interno e externo acreditam vivamente que o ativista tem todas as chances para poder ganhar o Prémio a título póstumo.
O Secretariado Executivo da AMIC
Assegurou ainda que o seu trabalho permitiu-lhe entrar no Castelo do reino da Suécia construído no século XV. Reconheceu ainda que milhares das crianças no mundo conhecem os seus direitos, porque se fosse diferente, não votariam nele.
A luta do ativista mereceu uma apreciação e homenagem de outras entidades ao nível nacional, nomeadamente a Associação de Amigos das Crianças da Criança (AMIC), a Coligação das Organizações de Defesa dos Direitos da Criança na Guiné-Bissau (CODEDIC-GB), a Casa dos Direitos, a Federação das Organizações de Defesa das Pessoas Deficientes da Guiné-Bissau e ao nível internacional, por várias organizações que lutam pelos direitos da criança.
AMIC é a entidade que promoveu a candidatura do ativista para o concurso ‘Herói dos Direitos da Criança’, que decorreu de Abril de 2016 a Abril de 2017. Para o prémio concorreram mais de 300 ativistas de diferentes partes do mundo.
Na altura da sua morte no dia 25 de Maio de 2020, coincidência com o dia da África, este grande humanista pan-africana era/é candidato ao prémio “Herói dos Direitos da Criança da década 2010-2020” cuja fase final prevista para o mês de Maio, ficou adiada, sine die, por causa da pandemia da Covid-19.
A AMIC, a Casa dos Direitos e muitas organizações em prol dos Direitos humanos e das crianças ao nível interno e externo acreditam vivamente que o ativista tem todas as chances para poder ganhar o Prémio a título póstumo.
O Secretariado Executivo da AMIC
Sem comentários:
Enviar um comentário